Serviços
Proposta Programa Terapêutico
Período de Acolhimento 09 meses, mediante a avaliação da equipe técnica da instituição. Em alguns casos específicos, o tratamento pode ser mais curto ou mais longo. A equipe, juntamente com o acolhido, pode entender que não há necessidade da permanência pelo período de 09 meses; em outros casos, pode-se perceber a necessidade de permanência por um período superior a este. Percebe-se assim a necessidade da flexibilidade do PTS, já que cada caso é um caso, nem todas as intervenções servem para todas as pessoas.
Principais Características da Comunidade Terapêutica:
• Acolhimento Voluntário
• Não se destina a todo tipo de dependente (isto ressalta a importância fundamental da Triagem
• como início do processo terapêutico. Considerar que o acolhido tem o direito de escolher como e onde quer se tratar);
• Modelo de tratamento residencial;
• Meio alternativo estruturado;
• Estimula a explicação da patologia do acolhido, frente a seus pares;
• Os pares servem de espelho da consciência social de seus atos;
• Há um clima de tensão afetiva;
• O acolhido é o principal ator de seu tratamento. A equipe oferece, apenas, apoio e ajuda.
Fases do Tratamento
De 00 ao 3º mês: Desintoxicação, adaptação e conscientização; esta fase tem como objetivo estimular o participante a realizar reflexões quanto ao seu estado de doença e quanto às perdas socioeconômicas e afetivas decorrentes do uso de substâncias psicoativa – SPAs. Neste sentido, procura-se auxiliar o sujeito a envolver-se ativamente no tratamento e a realizar uma reflexão crítica sobre sua situação de vida, sobre suas ações e comportamentos e quanto a sua disponibilidade para mudança no padrão de uso.
Do 4º ao 6º mês: Ressocialização e Reestruturação referem-se à etapa na qual o sujeito, após evidenciar motivação para mudança e uma expectativa favorável ao tratamento, terá oportunidade de refletir sobre seu futuro, construir novos planos de vida e desenvolver habilidades para lidar com situações de risco para recaídas - o que promoverá a manutenção de sua abstinência. Esse processo envolve, portanto, a construção dos níveis de responsabilidade, responsabilização, do senso de utilidade e da efetiva mudança comportamental e de estilo de vida.
Do 7º ao 9º mês: Projeto de Vida e preparação para a Reinserção Social, tanto na família quanto no trabalho. São oferecidas oportunidades para que o Acolhido se envolva em atividades de treinamento de ofícios pertinentes ao mundo do Trabalho. Período em que a autonomia entra no estágio de consolidação para uma nova vida sem drogas.
Fases do Tratamento
A acolhida na comunidade inicia-se desde o primeiro momento em que a família e o dependente químico ou etílico chegam para procurar pelo amparo. Significa, num primeiro momento, acolher todas as queixas e relatos do usuário e de sua família, visando obter uma visão geral sobre o caso, o que é importante para avaliação da necessidade de ingresso e, também, para a futura construção do Plano de Terapêutico.
Os dados iniciais obtidos na acolhida são fundamentais para o diagnóstico e o planejamento do tratamento terapêutico. Tanto os dados informados pelo futuro acolhido, quanto àqueles que são passados pelos familiares ao (à) profissional/equipe que o acolhe, são indicadores e definem uma caminhada que se inicia a partir da procura.
Na Comunidade Terapêutica a acolhida inicial é realizada pela Secretária, para coleta de dados e conhecimento da realidade do candidato e sua família, as informações são registradas em ficha cadastral. Neste momento são repassadas as informações sobre a metodologia utilizada para tratamento terapêutico na comunidade, sobre regras e condutas do acolhido e da família e esclarecimentos de dúvidas por parte da família ou do acolhido, fornecimento do regimento interno para análise do acolhido e da família.
O Contrato Inicial é firmado com o futuro acolhido por ocasião do ingresso ao tratamento, muitas vezes junto com a família que o acompanha. Existem casos em que o Contrato é estabelecido tão somente com o dependente, quando este é adulto e quando recorre ao tratamento sem a presença de familiares. Contudo, caso o dependente adulto procure a Comunidade sozinho, o Contrato será firmado da mesma forma — o que não significa que, posteriormente, seus familiares não venham a ser chamados para acompanhar seu tratamento, já que faz parte do PTI o resgate dos laços familiares e sociais do sujeito. O contrato é um instrumento, em síntese, prático e objetivo, já que relaciona, desde acordos administrativos, até critérios de tratamento e normas de moradia.
Passo a passo
1º Entrevista Motivacional
2º Avaliação Diagnóstica (realizada por médico da rede de saúde ou particular)
3º Assinatura dos termos
4º Acolhimento
Tripé de Desenvolvimento as Atividades
Espiritualidade
A Espiritualidade é um importante pilar no tratamento da dependência química e difere de religião. Segundo a 6ª edição do Curso de Prevenção dos Problemas relacionados ao uso de Drogas (2014, p. 260), da SENAD, “a espiritualidade é um elemento opcional do tratamento do acolhido”. A espiritualidade, como algo imaterial, relaciona-se com o significado da vida e a razão de viver, não se limitando a crenças ou práticas religiosas. A CT não deve funcionar como uma instituição religiosa. Sendo assim, a religiosidade individual dos acolhidos é respeitada.
Convivência
A convivência é um termo que por si indica diversidade, pois pressupõe a ação ou efeito de conviver com outras pessoas. Nessa dinâmica de convivência, aponta também para um modo de vida no qual se pode partilhar questões pessoais, que se identificam com questões grupais, promovendo um sentimento de pertencimento.
Um projeto de vida social e saudável depende da qualidade das relações que o indivíduo estabelece consigo e com os outros. No âmbito das CTs, a convivência se constitui como um eixo fundamental para a estruturação de ações. Equilibra a autonomia e o respeito às identidades sociais, promovendo interações geradoras de boa convivência, a partir do diálogo, independente das diferenças pessoais (religiosas, culturais, econômicas, de gênero, etc.).
A convivência é um caminho para a recuperação dos múltiplos vínculos que constituem a vida social do indivíduo, assegurando a cidadania e contribuindo para o social.
Disciplina do Autocuidado
São atividades executadas pelos acolhidos na Comunidade Terapêutica visando a manutenção saudável do ambiente de convivência.
A atividade auxilia o acolhido no desenvolvimento de competências e habilidades que permeiam os bons hábitos pessoais e interpessoais, dentre eles, a pontualidade, a postura, a frequência, a administração do tempo e das tarefas, o estabelecimento de metas, a responsabilidade, a persistência, as capacidades de resolução de problemas, a autoconfiança, a cooperação com os companheiros da CT, as habilidades de comunicação, a assertividade, a aceitação da supervisão, a capacidade de lidar com a desaprovação e críticas, a tolerância à frustração e lidar com tensões, enfim, trabalhar a sociabilidade e a civilidade.
É de suma relevância, após a sua prática, que os acolhidos, direcionados por um técnico, façam a reflexão sobre os afazeres na sua vida diária, associando o afazer no CT com o seu afazer na vida em sociedade, fazem parte desta atividade: limpeza e manutenção do espaço físico; preparo das refeições; cuidados com pertences pessoais; cuidados com si próprios (banho, cortar unhas e cabelos, fazer a barba etc.), todas as atividades são realizadas conforme escala institucional que está disponível a todos em murais expostos nas dependências da comunidade.